Ao analisar fósseis de quatro cobras pré-históricas, cientistas
descobriram que elas tinham entre 140 milhões e 167 milhões de anos.
Isso mostra que o surgimento desses répteis aconteceu pelo menos 70
milhões de anos antes do que os registros anteriores indicavam.
A pesquisa, publicada na terça-feira (27) na revista "Nature
Communications", muda completamente a perspectiva dos estudos sobre a
origem e a evolução das cobras, segundo os autores. Até agora, só
existiam provas de que elas haviam aparecido na Terra há cerca de 100
milhões de anos.
Segundo o principal autor do estudo, Michael Caldwell, da Universidade
de Alberta, no Canadá, o estudo indica que a evolução das cobras é mais
complexa do que se pensava. Apesar da descoberta, ainda há uma lacuna no
conhecimento a ser preenchida, pois não foram encontrados fósseis no
período de 100 milhões a 140 milhões de anos atrás.
De acordo com Caldwell, os cientistas já imaginavam que existiam cobras
há mais de 100 milhões de anos, mas a ausência de fósseis deixava a
impressão de que elas surgiram repentinamente naquele período.
Segundo os autores, o estudo mostra que, no período de 167 milhões e
100 milhões de anos atrás, cobras ancestrais já estavam se diferenciando
em espécies distintas e evoluindo para adquirir formas semelhantes às
das cobras marinhas que viveram de 90 milhões a 100 milhões de anos
atrás - até agora consideradas as mais antigas.
As cobras marinhas tinham patas traseiras pequenas e desenvolvidas. "Ao
que tudo indica, as cobras ancestrais também tinham pernas. Mas as
características da cabeça são semelhantes às das cobras modernas. Isso
sugere que a evolução das cabeças ocorreu antes de as cobras perderem as
patas."
A Eophis underwoodi, achada perto de Kirtlington, sul da
Inglaterra, é a cobra com 167 milhões de anos registrada pelo estudo.
Segundo Caldwell, a pesquisa indica que há cobras ainda mais antigas do
que ela.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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